IMPRENSA

 


Embrapa desenvolve plástico do caroço de manga por meio de nanotecnologia
21/11/2017

POR – ELENI LOPES, DIRETORA DE REDAÇÃO

Estudos mostram que os biopolímeros naturais levam apenas cerca de dois meses para se decompor no meio ambiente, enquanto os polímeros gerados por petróleo levam mais de 100 anos, em média

Que o plástico foi fundamental para garantir uma maior longevidade dos alimentos dos campos até a chegada nas mesas dos consumidores e revolucionar a vida moderna pela flexibilidade de suas inúmeras aplicações, de brinquedos e bijuterias até peças de computador e de automóveis, todos sabem.  No entanto, seu processo de fabricação, majoritariamente a partir de uma fração do petróleo, por meio de um longo processo industrial, tem levado pesquisadores de todo o mundo a buscar fontes alternativas e renováveis para sua manufatura.

Na Europa, a média de consumo de polietileno per capita, uma das matérias-primas mais comuns para a produção de plástico, é de 33,1 kg, enquanto na América Latina é de 11,8 kg por pessoa, segundo a FAO, o que demonstra que o seu consumo, e consequente impacto ambiental, deve aumentar nos próximos anos. Diante deste desafio, uma equipe de cerca de 30 pesquisadores de quatro instituições de pesquisa, sob a coordenação da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), desenvolveram um novo tipo de plástico biodegradável, feito da amêndoa do caroço de manga em mistura com o biopolímero natural, o PHBV, que pode ser aplicado à indústria alimentícia, na composição de embalagens, e até no setor médico para compor matrizes ósseas. Trata-se do primeiro passo para o desenvolvimento de um plástico biodegradável comercial que utiliza como matéria-prima resíduos da indústria alimentícia.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é um dos maiores produtores de manga do mundo com uma produção de mais de um milhão de toneladas por ano. O processamento industrial de manga para polpas e sucos resulta no descarte dos caroços, correspondente a valores entre 40% e 60% do seu volume. A equipe de pesquisa da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), em parceria com a Embrapa Instrumentação (SP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) se reuniram em busca de alternativas para reutilizá-los, visando gerar uma tecnologia que pudesse ser aplicada à indústria. O trabalho, inclusive, foi homenageado na 5ª Conferência Internacional sobre Polímeros naturais, biopolímeros e biomateriais (ICNP 2017 Rio). 

“O desenvolvimento de novos biocompósitos pode ser um caminho viável para o aproveitamento de coprodutos industriais na fabricação de itens inovadores e sustentáveis”, afirma a pesquisadora da Embrapa Edla Lima, que lidera os estudos.

Um dos principais desafios de toda a equipe se concentra na utilização de um material que não tem uniformidade, como o caroço de manga, em que a casca e a amêndoa variam em composição e estrutura dentro de uma mesma espécie vegetal, de época e local de origem. Os cientistas têm de driblar essa dificuldade para garantir a reprodutibilidade da composição (formulação). Para isso, já foram realizados mais de uma centena de testes (conheça mais no vídeo abaixo).

A PROFESSORA ROSSANA THIRÉ DA COPPE/UFRJ EXPLICA O PROCESSO DE EXTRUSÃO TERMOPLÁSTICA APLICADA A BIOPOLÍMEROS

De acordo com a professora e pesquisadora Rossana Thiré, “devido à sua abundância e renovabilidade, a utilização de resíduos agrícolas como matérias-primas é vantajosa para a economia, o meio ambiente e a tecnologia, devido à sua baixa demanda de energia de fabricação, baixa emissão de CO2 e alto nível de biodegradabilidade, quando comparados aos compósitos de polímeros reforçados com enchimentos inorgânicos”. Os biopolímeros naturais, no entanto, são até 12 vezes mais caros que os polímeros gerados por petróleo, mas levam apenas cerca de dois meses para se decompor no meio ambiente. “Há de se pagar esse custo adicional para evitar que toneladas de plásticos tradicionais gerem impactos ambientais por mais de um século”, afirma.

Estudo realizado pela Fundação Ellen Mac Arthur prova que a contaminação de rios e mares com resíduos plasticos é uma preocupante realidade. De acordo com a pesquisa, cerca de oito bilhões de toneladas do material são despejados nos mares todos os anos, o que pode ser comparado a um caminhão de lixo por minuto. Se nada for feito para reverter essa situação, em 2050, haverá mais plásticos do que peixe nos oceanos.

Fonte: Embrapa 

 

 

 


  Voltar para sala da Imprensa

ARQUIVOS

Setembro/2022
Agosto/2022
Abril/2022
Fevereiro/2022
Dezembro/2021
Setembro/2021
Abril/2021
Janeiro/2021
Outubro/2020
Agosto/2020
Julho/2020
Junho/2020
Maio/2020
Abril/2020
Março/2020
Fevereiro/2020
Janeiro/2020
Dezembro/2019
Novembro/2019
Agosto/2019
Julho/2019
Junho/2019
Maio/2019
Abril/2019
Março/2019
Janeiro/2019
Dezembro/2018
Novembro/2018
Outubro/2018
Setembro/2018
Agosto/2018
Julho/2018
Junho/2018
Maio/2018
Abril/2018
Março/2018
Fevereiro/2018
Janeiro/2018
Dezembro/2017
Novembro/2017
Outubro/2017
Setembro/2017
Julho/2017
Maio/2017
Abril/2017
Março/2017
Fevereiro/2017
Janeiro/2017
Novembro/2016
Outubro/2016
Agosto/2016
Julho/2016
Junho/2016
Abril/2016
Março/2016
Fevereiro/2016
Janeiro/2016
Dezembro/2015
Novembro/2015
Setembro/2015
Agosto/2015
Julho/2015
Junho/2015
Maio/2015
Abril/2015
Março/2015
Fevereiro/2015
Janeiro/2015
Dezembro/2014
Setembro/2014
Agosto/2014
Maio/2014
Abril/2014
Março/2014
Fevereiro/2014
Novembro/2013
Outubro/2013
Setembro/2013
Agosto/2013
Julho/2013
Junho/2013
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

16/09/2022 - Embrapa capacita equipe de parceiro de sistema orgânico
31/07/2022 - Desenvolvimento de sistemas orgânicos de produção para fruteiras de clima tropical – Fase I
29/04/2022 - Embrapa comemora 49 anos e reforça o protagonismo da ciência agropecuária brasileira
28/02/2022 - Oito benefícios da Banana: Fruta ajuda a dormir melhor e é boa para pele
31/12/2021 - Umbu, umbuzeiro, “árvore sagrada do sertão”

 

CONTATO

Avenida Sete de Setembro, 83, Lençóis - Bahia
CEP 46960-000   Caixa Postal 18
+55 (75) 3334 1092
contato@bioenergiaorganicos.com.br